Pensar demais mata-nos por dentro. Por vezes fico a remoer em coisas tão pequenas e insignificantes (como, por exemplo, algo que aconteceu durante o dia de que me arrependo de ter feito) e sinto-me mal.
Ainda me sinto como um peixe fora de água. Um peixe que está a habituar-se ao ar seco e que tenta lidar com a adversidade que lhe é imposta. Agora resta saber se este peixe vai conseguir voltar a sentir-se dentro de água ou morrerá porque secou. Trocando isto por miúdos, ainda não me consigo sentir plenamente bem nesta nova vida. Já conheci pessoas, é verdade mas não sinto que pertenço ali. Sinto-me estranha e com uma dificuldade acrescida em socializar, em ser eu mesma... Nunca julguei que as minhas capacidades de socialização estivessem más a este ponto.
Por vezes sinto-me feliz porque já não estou sozinha, há pessoas com quem posso falar, partilhar pensamentos e momentos mas depois sinto-me fora da minha "zona de conforto".
Onde estudo há todo um conjunto de regras e normas de conduta e respeito que devemos cumprir, bem como uma forte hierarquia onde tratar um professor por "você" é uma falta de respeito (aproveito para dizer que o termo correcto é Doutor ou Professor e, no mínimo, Senhor). Ora, eu vim de um sítio onde era habitual o ambiente descontraído entre professores e alunos e quando me vejo no meio de tanta rigidez no tratamento sinto que tenho um colete de forças! Até os próprios alunos são rígidos no tratamento...
Se eu já tenho dificuldades em socializar, com as quais sempre lidei então, nesta fase da minha vida, é como se estas se triplicassem por mil! Sinto-me mais estranha, mais estúpida, mais trapalhona, mais feia, mais ridícula mais presa, mais limitada... Nem me sinto eu!
Não me sinto eu ali.